Se você parar para pensar vai notar que sua vida financeira pode ser dividida em fases dentro de um ciclo e que isso ajuda a fazer melhores escolhas na hora de gerir suas finanças.
Hora de poupar
Aqui o objetivo é formar seu patrimônio, os principais fatores são a disciplina e a formação de poupança. Deve-se aproveitar a juventude, energia e tempo para acumular. Focado e com objetivos claros, o jovem deve ter paciência e disciplina para regularmente dedicar parte da sua renda a formação de poupança, focando no longo prazo.
Valores relativos: pense no valor que vai utilizar para poupança como um percentual da sua renda, não como um valor fixo. Isso vai te ajudar a manter a consistência ao longo da vida.
Priorize a constância: o mais comum ao começar a poupar é buscar investimentos com maior rentabilidade possível, correndo riscos desnecessários. Nesta fase mesmo grandes rentabilidades percentuais podem representar pouco valor financeiro, pois o investidor ainda não possui uma grande carteira de investimentos.
Objetivos claros: não existe poupar apenas por “querer mais dinheiro”. Um dos segredos para ter constância é ter a visão clara de onde quer chegar. Defina um objetivo financeiro, quanto mais específico melhor. (exemplo: Mercedes c180 ano 2020 com bancos em couro marrom, etc.)
Nesta fase é fundamental entender que o maior pilar é a consistência da poupança, não a rentabilidade.
Fase da rentabilização
Com um patrimônio já estabelecido, é hora de o investidor começar a buscar maior rentabilidade. É importante lembrar que nesta fase o gerenciamento de risco é fundamental, pois o investidor não pode sujeitar seu patrimônio a perdas expressivas, a carteira de investimentos deve equacionar os fatores: rentabilidade x segurança x liquidez.
Na hora de escolher um investimento é fundamental entender a dinâmica desses três pilares, e que não existe investimento que se destaque em todos eles. Por exemplo: o tesouro Selic é um investimento de alta segurança e liquidez, em contrapartida rende apenas a taxa livre de risco; investir em ações pode trazer altos rendimentos e existem papéis com boa liquidez, porém estão expostos a mais riscos, como o da flutuação de preços.
A escolha sobre o que será prioridade no investimento (liquidez, segurança ou rentabilidade) esta atrelada ao objetivo do investimento dentro do planejamento financeiro. A parte do capital que será usada como reserva para emergências precisa de alta liquidez e segurança, por isso o investidor pode abrir mão de buscar alta rentabilidade; para os projetos, quanto maior o prazo do investimento maior o risco potencial que o investidor pode correr, assim prioriza-se a rentabilidade em detrimento da liquidez e segurança.
Importância da diversificação: além de entender seus objetivos e o que priorizar para investir em cada um dos projetos, também é preciso diversificar suas aplicações. Ao escolher investimentos diferentes é possível eliminar o chamado risco não sistêmico, que é o risco específico atrelado a um negócio ou ativo. Por exemplo: investir em companhias aéreas tem o risco específico do preço do combustível aumentar, o que prejudica muito essas companhias. Ao diversificar investimento em uma empresa do varejo, por exemplo, o investidor diversifica esse risco, protegendo sua carteira. Algumas aplicações para diversificação são:
Tesouro Direto; Letras de Crédito; Debêntures; Fundos Multimercados; Ações; ETFs; operações estruturadas; entre outros.
Reserva para oportunidades: uma das piores coisas que passam na cabeça de um investidor é o custo de oportunidade que sofre por ter feito uma escolha de investimento errada no passado. O custo de oportunidade é o valor da renúncia que engloba uma decisão, “para cada escolha, há uma renúncia”. Um exemplo clássico é quando surge a possibilidade de adquirir um imóvel por um valor baixo devido a urgência do vendedor, porém seu patrimônio está 100% investido e sem liquidez, oportunidade perdida.
Fase de usufruir
Nesta fase o investidor deve priorizar a manutenção do patrimônio e utilização dos recursos, pessoas que tiveram êxito nas fases anteriores podem usufruir tranquilamente da renda oriunda dos recursos acumulados ao longo da vida, como forma de aposentadoria. Também faz parte da última fase do clico o planejamento da sucessão patrimonial.
A hora de arriscar mais nos investimentos já passou, o patrimônio foi construído e de agora em diante deve ser mantido/utilizado, prezando pela manutenção do poder de compra do investidor e ganhos reais positivos.
Foco em Dividend Yield (DY): nesta fase o quanto uma ação paga de dividendos e sua lucratividade são mais importantes do que a flutuação de preços e eventual ganho de capital.
Renda recorrente: buscar investimentos de baixo risco que adiantam o pagamento de juros por meio de CUPONS periódicos ou tenham isenção de tributos é uma boa alternativa, principalmente para o planejamento da aposentadoria.
Incentivos fiscais: buscar isenções ou alíquotas únicas serão uma vantagem, pois nessa fase os investimentos têm prazos menores e resgates mais recorrentes.
Planejamento Sucessório: os aspectos sucessórios do patrimônio são extensos, sendo considerados por alguns inclusive como uma quarta fase do ciclo financeiro, assim abordarei o assunto com mais profundidade em outros artigos aqui no LinkedIn. Um bom planejamento de herança pode garantir que sua família não ficará financeiramente desfalcada na sua ausência e contribuir para a ascensão das próximas gerações.
Conclusão
Assim como nossa saúde física e mental dependem de atitudes preventivas e planejamento ao longo da vida, a saúde financeira precisa ser cultivada por meio do bom planejamento. Entendendo a importância e o que é mais importante em cada uma das fases financeiras da sua vida você conseguirá priorizar o que realmente faz vai fazer a diferença no seu patrimônio e da sua família.
Comente aqui em qual fase do ciclo financeiro você está nesse momento!
Obrigado, um abraço.