O que você precisa saber sobre Títulos Públicos Federais

O que você precisa saber sobre Títulos Públicos Federais

O mercado financeiro pode ser um mar de oportunidades para quem souber navegar, ainda mais falando em renda fixa. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a renda fixa vai muito além do CDB vendido no balcão do banco e conta com diversas opções de investimento, podendo inclusive ser fonte de rentabilidades até mesmo superiores às das ações, por exemplo. Tudo depende do quanto você conhece e sabe operar com esses papéis. Vamos conhecer as principais oportunidades da renda fixa no Brasil.

Títulos Públicos

Os Títulos Públicos são papéis representativos da dívida pública emitidos pelo Governo visando a arrecadar fundos para financiar suas atividades. Assim, quando adquirimos títulos públicos estamos efetivamente “comprando” um crédito frente ao governo. Não é à toa que o investimento em título público é considerado o mais “seguro” de um país, pois estamos literalmente emprestando dinheiro ao poder público, que teoricamente tem a maior capacidade de pagamento possível de uma nação. Inclusive, por Títulos Públicos entende-se os títulos públicos federais, já que sua emissão como forma de capitalização é uma exclusividade do poder público federal desde 2001.

Existem algumas diferentes modalidades de investimento dentro do universo dos títulos públicos federais, vamos conhecer as principais:

NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais): nesta modalidade de investimento o investidor sabe exatamente qual será sua rentabilidade caso carregue o título até sua data de vencimento. O pagamento dos juros é feito de forma semestral e é acrescido o valor do principal na data de vencimento do título.

LTN (Tesouro Prefixado): o investidor sabe exatamente qual será sua rentabilidade caso carregue o título até sua data de vencimento, porém neste caso o pagamento dos juros e principal ocorre na data de vencimento.

LFT (Tesouro Selic): nesta modalidade de investimento a rentabilidade é atrelada à taxa SELIC, divulgada pelo BACEN (Banco Central do Brasil). Por se tratar de um investimento que rende uma taxa que pode ou não ser móvel, não tem como o investidor saber qual será sua rentabilidade antes do vencimento do título. Ao final do investimento o investidor recebe o principal acrescido da rentabilidade do índice no período.

NTN-B (Tesouro IPCA+): esta modalidade de investimento tem uma composição híbrida, com parte do rendimento atrelado ao índice de inflação (IPCA) e parte prefixada.

É importante ressaltar que, embora seja considerado o investimento mais seguro do país, ainda existem riscos mesmo aplicando em tesouro direto. O primeiro risco é o de crédito, que é a probabilidade de o devedor, no caso, o governo federal, não honrar a dívida. Outro risco é o de liquidez, que é a capacidade de transformar o título em dinheiro antes de seu vencimento. Por último temos o risco de mercado, que é o da flutuação de preços a depender das condições do mercado.

É no risco de mercado que moram as maiores possibilidades de variações e até ganhos expressivos com títulos públicos, principalmente com os prefixados como LTN e NTN-B. Para entender como a especulação nesse mercado é feita primeiro é preciso compreender um conceito: a marcação a mercado.

Marcação a mercado: é um mecanismo que realiza a precificação diária de diversos tipos de investimento, inclusive títulos públicos federais. Ao adquirir um título de renda fixa ou cota de um fundo de investimento, o preço deles costuma variar conforme as condições de mercado, que por sua vez variam de acordo com a expectativa quanto ao comportamento dos juros. De forma simplificada, a marcação a mercado serve para indicar por quanto determinado investimento poderia ser vendido no momento presente.

Marcação a mercado em títulos de renda fixa: A M.a.M. é mais impactante nos títulos prefixados e híbridos, isso acontece porque há uma taxa prefixada, que faz com que o título se tore mais ou menos atrativo em determinado período. Caso o mercado espere um aumento na taxa de juros no futuro, significa que o rendimento dos títulos novos a serem emitidos será maior do que os que são negociados hoje, portanto o preço desses títulos antigos no mercado tende a cair, afinal em breve o investidor poderá comprar títulos melhores. A lógica inversa ocorre quando a expectativa do mercado é que os juros futuros venham a cair, pois isso significa que os títulos de hoje são melhores do que os do futuro próximo, assim, tornam-se mais caros nas negociações. Essa dinâmica não afeta com grande relevância os títulos pós fixados exatamente por variarem em conjunto com os juros, evitando a defasagem.

A vantagem de se investir de forma especulativa em renda fixa é principalmente a possibilidade de altos ganhos, pois o rendimento não é mais atrelado somente a taxa de face do título, mas a sua flutuação frente às expectativas do mercado, podendo ter rendimentos superiores até mesmo ao investimento em renda variável. Outra vantagem é a proteção: como os títulos têm uma taxa prefixada ou híbrida, caso o investidor desista de especular basta levar o título até o final e terá a rentabilidade do título.

Como nem tudo são flores, precisamos falar dos riscos dessas operações. É preciso entender que os títulos podem ou não se valorizar frente ao mercado e quanto mais distante estão do seu vencimento maior é a sensibilidade que os ativos terão às expectativas de juros. Isso significa caso o investidor tenha um título com vencimento muito longo que esteja descontado e precise liquidar o ativo poderá ter prejuízos, inclusive a possibilidade de ter que vender por menos do que pagou no papel.

Outro ponto importante para se atentar caso queira especular com renda fixa é quanto à tributação. Os títulos públicos federais estão sujeitos à tabela de tributação regressiva do Impostos de Renda (IR). A Alíquota começa em 22,5% sobre os lucros para aplicações de até 180 dias. Para que o investidor pague a menor alíquota possível, que é 15% sobre os lucros, é necessário deixar o dinheiro investidor por mais de 720 dias.

Conclusão

           Investir em Títulos Públicos Federais é uma ótima opção para o tanto para o novo investidor que precisa “sentir o mercado” e aos poucos ir se acostumando com as dinâmicas e controle de ricos, quanto para o investir mais experiente que acompanha as nuances do mercado e principalmente as projeções de juros, pois pode ser uma fonte de altos ganhos com risco menor do que o envolvido nos principais ativos de renda variável, como ações e fundos imobiliários.

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