COE- Certificado de operações estruturadas

COE- Certificado de operações estruturadas

A ideia principal desse tipo de produto é unir os benefícios da renda fixa com os benefícios da renda variável, ou seja, ter exposição ao mercado de renda variável, que costuma ser mais rentável, sem correr o risco de perder capital. 

Embora existam COEs sem garantia do principal, acredito que faça sentido apenas quando exista a garantia, pois se é para correr o risco de volatilidade, ir ao mercado diretamente gerará maior possibilidade de ganhos, pois em vários casos de COE, existe limite de alta. 

Há vários tipos de COE disponíveis, eles são a versão brasileira das notas estruturadas estrangeiras. É estipulado um ou mais ativos subjacentes, que é a definição de que ativo será seguido para a definição de rentabilidade e as regras de como o produto será estruturado. Em um COE alavancado o investidor receberá algumas vezes a rentabilidade real do ativo. Já, em um COE autocallable, terão diferentes datas de observação e ao atingir a barreira de rentabilidade o ativo pode ser liquidado antes do prazo e pagar o rendimento que geralmente é uma taxa fixa acumulativa. Em um COE taxa fixa + alta, persegue-se a rentabilidade do ativo + uma taxa pré- determinada. Também existe a possibilidade de ter apenas a garantia do capital, capturando a rentabilidade do ativo sem limite, caso seja positiva e mantendo o capital, caso seja negativa. Em um COE bidirecional, o investidor tem ganho limitado e, além de não ter perda, é garantida uma rentabilidade mesmo em caso de queda. No caso de alta, o ganho é limitado por uma trava.

O produto é tributado como renda fixa se utilizando a tabela regressiva, que vai de 22,5% a 15% sobre o ganho, para quem permanecer mais do que dois anos no ativo, pagará a menor alíquota de imposto. 

A maior parte dos COEs tem prazos de três anos ou cinco anos e o preço que se paga pelas garantias é a falta de liquidez. Embora o cliente possa sair antes do prazo estipulado, como se trata de uma estrutura complexa de produto, sair a mercado pode significar perder capital. O ideal é que o investidor permaneça até o fim do prazo estipulado.

COE é recomendado para clientes de perfil moderado ou arrojado. Pode ser uma excelente opção para quem quer exposição ao mercado internacional com baixos valores. Geralmente é necessário R$ 5.000 para entrar em um COE e com esse valor convertido para dólares, não daria para abrir nenhum investimento no exterior. Também é um bom instrumento de diversificação no mercado local, pois comprando os ativos diretamente com apenas R$ 5.000 não dá para acessar muitos ativos. Não deve ser investido em COE o colchão de segurança do investidor ou valores nos quais exista a possibilidade de precisar antes do término do prazo. Pensando em percentual da carteira, mais do que 20% do capital travado pode significar perda no custo de oportunidade.

É um produto muitas vezes criticado por sua falta de flexibilidade, mas na medida certa dentro de uma carteira pode significar aumento da taxa de rentabilidade, sem aumento do risco. Importante não colocar um alto percentual da carteira neste tipo de produto, para não perder mobilidade.

O assessor ou consultor de investimentos poderá dar detalhes do produto mais adequado ao perfil de cada cliente.

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